quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Nossas crianças precisam de limites!


Este este foi o tema trazido pela revista de circulação nacional Construir Notícias (48-Ano-08).Adorei a reportagem sobre: A Importância dos Limites na Vida da Criança de Nildo Lage.
O texto nos mostra a importância da criação de limites no educar dos "pequeninos". E expõe a missão desafiadora que é educar um criança em meio a uma diversidade de influências que o sujeito sofre diariamente em diferentes ambientes. Influências proporcionadas por experiências e vivências que agregam valores, positiva ou negativamente à personalidade do sujeito em constante formação e transformação.
Um ponto muito interessante que o autor aponta é incapacidade que muitos pais têm em dizer NÃO. A realidade é gritante, basta dar uma saidinha para ver os filhos dando ordens nos pais, ou até mesmo no convívio familiar. Os papéis estão invertidos. Muitas crianças hoje, ditam as regras da casa escolhem o que vão comer, quando e onde, qual a programação de TV que todos devem assistir, e ai de quem não obedecer aos mandos e desmandos dessa dessa nova geração. Pais e Mães dominados pelos pequenos e imaturos, muitas vezes se rendem às vontades deles e acabam pensando que Amar é dar de tudo, é sempre dizer sim e não contrariar a criança para não traumatizá-la. Aí é que está o grande perigo e erro. O sujeito deve se acostumar com os "nãos" da vida, e isso têm que começar é na infância, período de formação da personalidade, do caráter, de princípios basilares que dão fundamento e essência à cada ser. A criança deve ser levada a entender que não tem tudo na vida e que não pode fazer tudo o que quer. Que a vida em sociedade é complexa, cheia de limites e normas de conduta. E que estas devem ser respeitadas e seguidas a fim de facilitar a convivência social. Daí vem a inserção dos primeiras lições sobre a Ética. Eis um dos maiores desafios para a sociedade contemporânea, o resgate de príncipios! E como Nildo Lage propõem, o exemplo tem que partir dos pais, através de atos e atitudes. O autor defende o uso da razão ao invés na emoção nos momentos de agir. É preciso ter firmeza ao dizer NÃO, mas acima de tudo saber que as crianças de hoje são sujeitos ativos na comunicação, pequenos seres questionadores e que desejam entender o porquê das coisas... Não é simplismente dizer NÃO e pronto! Isso seria autoritarismo. O mundo converge para um novo modelo de relações entre pais e filhos. E nós temos a responsabilidade de fazer diferente, afinal os tempos mudaram e muito por sinal. Há urgentemente a necessidade de estabelecer o diálogo aberto e pontual. Lembro que há alguns meses conversava com a minha chefe Patrícia Rebêlo, e ela me disse algo que eu internalizei bem...com outras palavras mas ela falou mais ou menos assim: O momento de construir a amizade, o respeito e confiança com um filho é na infância... Concordo plenamente, pois quando se é criança a terra está mais fértil para o aprendizado e a assimilação. Aprender a ser amigo dos filhos é PRECISO! Muitos pais simplesmente estão preocupados em dar de tudo, alimentação, escola de qualidade, atividades extras, viagens; preenchem todo o tempo do filho...este acaba virando um "PEQUENO EXECUTIVO" sem tempo para nada. Mas o fundamental além de proporcionar uma vida digna, com todos os direitos e garantias para esta criança crescer e se desenvolver sendo capaz de viver bem e se tornar uma pessoa preparada para enfrentar a realidade da vida é acima de tudo se fazer presente!
A grande poetiza Cecília Meireles declama que "Educar é se fazer presente". E é este se fazer presente que a criança espera...com amor, paciência, autonomia, disciplina e acima de tudo SABEDORIA, para adentrar e entender o "pequeno Universo" em modelagem contínua. E todos nós (sociedade, igreja, escola, família, etc) temos nossa parcela de contribuição na formação de cada "sujeitinho" que nasce nas nossas famílias. E para finalizar subescrevo um excerto extraído do livro O Abecedário de Pais e Filhos de Christiane Michelin:

"O amor é, certamente, o melhor professor. As relações, quando baseadas em sentimentos verdadeiros, fluem como rios revolvendo o solo, tornando-o fértil à boa semente. A palavra, por sua vez, deve ser plantada com sabedoria e cuidado, para que germine e frutifique. O exemplo é a água de que necessitam os filhos para que floresçam.
Educar é, acima de tudo, guiar sem, entretanto, manipular ou tolher. Há de se deixar espaço para que os perfis sejam traçados de acordo com as experiências adquiridas. Os gestos carregados de afeto falam por si. São capazes de exprimir os mais ricos e densos sentimentos, assim como o olhar.
Na convivência, as atribuições e os atritos são inevitáveis. No crescimento, as dúvidas e os questionários são saudáveis, mas, se o afeto estiver presente, a semente, com certeza vingará".

Lídia Valões

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