domingo, 19 de julho de 2009

Desapego

O desapego na visão budista é uma das causas do sofrimento. Em contrapartida, a sociedade capitalista estimula o apego, na medida em que valoriza o aspecto material.
O ter é um dos sinais de poder e de sucesso. O consumo é incentivado excessivamente e com frequência as pessoas colocam os objetos materiais como causas de felicidade. Acrescido a isto, os pronomes possessivos que são bastante utilizados e que sinalizam o individualismo predominante no tempo atual. A possessividade inicia-se em relação às pessoas, especialmente nas interações afetivo-sexuais.
Muitas pessoas colocam-se como donas umas das outras. É comum escutarmos a pergunta: E ele ou ela deixa? , referindo-se aos maridos ou as mulheres.
A possessividade gera o apego e se estende para todas as relações, sem falar na insaciabilidade consumista. Quanto mais se tem, mais se quer.
Ganhar cada vez mais e não perder nunca. E assim, as pessoas seguem e sofrem desnecessariamente sem se darem conta que a perda é inevitável, das pessoas e dos objetos.
Durante a vida não tem nenhum problema de adquirirmos o que nos for possível, mas sem nos aprisionar ao material, sem guardar obstinadamente para não gastar, sem avareza. Deixar a moeda circular e entender que na hora da morte a única coisa que conta é o bem que fizemos, é a paz de espírito, é o desenvolvimento espiritual, é saber que valeu a pena viver com amor e se entregar aos mistérios da morte.

grace@libertas.com.br

Publicado em 17.05.2009, às 17h56 pelo link: http://jc.uol.com.br/coluna/olhar-interior/noticia/2009/05/17/desapego-187845.php

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Excerto de: A Rosa Desfolhada

Quisera desfolhar amor pelo caminho
A mais purpúria rosa
Pra que esse pé gentil pousasse de mansinho
sobre uma flor mimosa.

Sob Nova Direção!

Arquivo Folha
06/07/2009


A nova “cara” do Santa Isabel



O Teatro de Santa Isabel, um dos mais importantes patrimônios histórico-culturais da cidade, está sob nova direção desde a última quarta-feira. Recém chegada na casa, a atriz e produtora teatral Simone Figueiredo não esconde o entusiasmo em assumir a gestão do teatro o qual, por tantos anos, teve como sua própria casa.
Mal chegou, e já cuidou de fazer um giro pelo prédio para checar pessoalmente cada detalhe e verificar o que precisa ser feito. Em seu primeiro dia como diretora do teatro, Simone foi recepcionada pelo Secretário de Cultura da cidade, Renato L, em uma reunião de boas vindas que serviu para apresentá-la à parte de sua equipe.
“Ainda estou tomando pé de toda situação, em dois dias de trabalho posso dizer que já estou a par de 80% do trabalho”, disse Simone. É claro que tudo ainda está muito no começo, mas os planos e as sugestões para futuras ações no teatro já estão fervilhando na cabeça da diretora. “Temos que tratar a programação do Santa Isabel com todas as especificidades que um teatro monumento precisa ter”, diz Simone lembrando o fato do Santa Isabel ser um dos 14 teatros monumento do País, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O desafio é grande e, para encará-lo, Simone conta com uma equipe veterana de 61 funcionários. “São pessoas que estão aqui há mais de 30 anos e que devem ser ouvidas porque têm um amor muito grande pelo teatro e sabem o que é melhor para ele”, diz Simone, que na sexta-feira teve uma nova reunião, dessa vez para conversar com a equipe completa. Entre alguns destes funcionários estão Fernando Felipe e Ariel Venecas, responsáveis pela parte de revitalização e conservação do patrimônio material do teatro. Ambos trabalham no Santa Isabel desde que o prédio passou por sua última restauração, em 2000, e destacam a importância da manutenção desse trabalho. “Devido à movimentação que é muito grande, nosso acervo requer um cuidado constante. É preciso fazer um trabalho que tenha continuidade”, diz Fernando.
A conservação do local, aliás, é um dos aspectos que Simone pretende abordar em sua gestão. “Vamos trabalhar a questão da educação patrimonial, que é fundamental para a preservação do patrimônio”, explica a diretora. Para isso, a ideia é desenvolver um projeto de visitas guiadas para escolas e turistas em geral, de maneira que possa ser feito desde de cedo um trabalho de conscientização de gerações futuras.
Por enquanto, nada está confirmado ainda. Mas por certo, as estratégias de viabilização desses projetos deverão ser discutidas em conjunto com o secretário de cultura e com os diretores de todos os equipamentos culturais do município (entre eles, Cira Ramos, que recentemente assumiu a direção do teatro Barreto Júnior), de forma que se possa desenvolver um trabalho conjunto no âmbito das artes cênicas no Recife.

Matéria: AMANDA SENA