quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A MÍDIA REFORÇA A CONDIÇÃO DE SUBORDINAÇÃO DA MULHER

Vera Vieira Rede Mulher de Educação

Na ‘Idade Mídia’, é incontestável a influência dos meios de comunicação de massa no processo de formação – ou ‘deformação’ – das pessoas.
O excesso de informações e imagens, em tempo real, vem afetando a vida e a cultura das pessoas, provocando o que se chama de descentramento do ser humano. As pessoas passaram a ter a dimensão do mundo, sem sair de dentro de casa.
Fica muito difícil avançar na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, se as mensagens produzidas pela mídia – com o efeito avassalador que lhe é peculiar – são impregnadas de estereótipos sexistas, racistas e consumistas. Como exemplo, pode-se citar a constante exposição do nu feminino – como objeto de consumo -, propagandas de produtos domésticos que reforçam o papel da mulher como única responsável pelo espaço privado, cenas de novela em que a mulher sofre violência ou com pessoas negras em funções de empregadas, pouco destaque às notícias positivas em que as mulheres são protagonistas, linguagem sexista, etc.
No dia Internacional da Mulher, queremos relembrar que a inter-relação da comunicação com a educação é imprescindível na luta por um mundo melhor, onde haja igualdade de oportunidades para todas as pessoas.
Nossos ouvidos não são lixeira!! Vamos dar um basta às musicas que pregam violência contra a mulher e discriminação de gênero!
Estamos diante de uma situação que exige uma atitude urgente para que não continuemos sendo obrigadas a ouvir músicas que insistentemente apresentam a mulher como objeto passível de qualquer desejo masculino, inclusive a violência. O que dizer de músicas como "Tapa na Cara" , que além de pregarem a violência contra a mulher, como o próprio título já diz, ainda vêm acompanhadas de coreografias para serem dançadas pelas meninas e meninos, simulando o tal tapa? E a Melô do Tigrão, que diz "vou de jogar na cama e te dar muita pressão" ? E o tal do Jonathan, uma criança, que canta um funk, se dizendo privilegiado porque já nasceu numa época do "filé do popozão", como se a mulher fosse um objeto, para ser "consumida aos pedaços"? Essas músicas invadem nossas casas, e permanecem ecoando em nossos ouvidos . São apresentadas em festas e programas infantis, como o da Xuxa, e são cantadas e dançadas por crianças, que sequer têm o entendimento do que suas letras representam...

Fonte: Carta de Denise Viola - Cemina – Rede de Mulheres no Rádio (Transcrição parcial).

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